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"Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.".

Buda

domingo, 29 de junho de 2014

A crise dos 30 aos 24 com o Retorno antecipado de Saturno!

Estes últimos dias tem sido muito aflitivos para mim.  De repente me dei conta que Saturno esta voltando. O retorno de Saturno: trata-se do tempo necessário para que o planeta  realize uma volta completa em torno do Sol. Enquanto a Terra leva em torno de 365 dias para realizar esta volta, Saturno leva aproximadamente 29 anos terrestres para fazer o mesmo movimento. Mas e agora, ele esta voltando e oque será de mim? Tenho 5 anos pra por tudo no lugar. É extremamente desesperador ver a vida passar, a terra girar e sentir-se estagnado no mesmo canto, "...como uma ampulheta imóvel não se mexe não se move não trabalha...". Olho para o lado e as pessoas já estão com a vida estabilizada, muitos já tem carro, grana, filhos, família...Não é que ter uma casa ou um carro me encham os olhos, de forma nenhuma (não sou ligada a bens materiais). Mas a frustração de ser comparada aos que com minha idade já tinham tudo é extremamente dolorosa. E então vem as questões insolúveis no meu pensamento: e se nada der certo? E se daqui a 5 anos estiver tudo como agora? E vem aquela boa e velha depressão, uma sensação nada agradável de insegurança frente à vida. E se todos os sonhos guardados continuem sendo sonho quando Saturno retornar? O amadurecimento é uma faca de dois gumes, por um lado é bom crescer. Mas por outro lado é a pior sensação do mundo. Estou entrando em conflito com minhas ideias, aqueles conceitos a anos lapidados já não parecem ter sentido. E se eu chegar aos 30 sem realizar nada do que eu sonhei? Como vou viver com isso quando a verdade é que me dá arrepios só de pensar na possibilidade?! Mas acho que a pior de todas as derrotas seria passar pela vida sem deixar minha marca. Oque eu faria com todo o talento que tenho? Será mesmo que tenho algum talento? Já duvido muito de todas as coisas na minha vida. É como se Saturno estivesse voltando pra me cobrar impostos. E como vou pagar se não tenho nada a oferecer? Só tenho dois caminhos, lutar para realizar, ou desconstruir os sonhos, reagendar projetos e repensar o caminho...Hoje é dia 30/06/2014. Eu tenho cinco anos pra reverter um jogo que esta perdido a 24, será que eu ganho essa partida? 

Vinte e Nove
Legião Urbana
Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram

E tive vinte e nove amigos outra vez)

Será
Legião Urbana
Tire suas mãos de mim
Que eu não pertenço a você
Não é me dominando assim
Que você vai me entender
Eu posso estar sozinho
Mas eu sei muito bem onde estou
Você pode até duvidar
Acho que isso não é amor

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Ô ô ô ô ô ô ô ô ô

Nos perderemos entre monstros
Da nossa própria criação
Serão noites inteiras
Talvez por medo da escuridão
Ficaremos acordados
Imaginando alguma solução
Pra que esse nosso egoísmo
Não destrua nosso coração

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
Ô ô ô ô ô ô ô ô ô

Brigar pra quê
Se é sem querer
Quem é que vai nos proteger?
Será que vamos ter
Que responder
Pelos erros a mais
Eu e você?


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Uma das tuas, Chico!

Feliz aniversario, Chico! 
Porque todas as suas mulheres tem um pouco de mim. Sou Lily, Beatriz, Iolanda, Geni e Zepelim... Sou Carolina, que nos meus olhos fundos guardo tanta dor. Sou a Rita que levou teu sorriso. Sou a Joana Francesa, que mata-te de rir. Sou aquela que fala-te de amor. Sou Angelica, que só queria embalar teu filho. Sou Luíza, revelando então os meus sete mil amores. Sou Rosa, que arrasa o teu projeto de vida. Querida, estrela do teu caminho. Sou Nina, que, embora nova, por amores já chorou que nem viúva. Ah, eu sou todas as tuas: as recatadas, as loucas e as nuas. Sou todas as tuas: as revolucionarias, as recatadas, as vestidas e as nuas. Sou todas elas, todas as tuas!

domingo, 8 de junho de 2014

Xuxa E As Paquitas: Quando Eu Descobri O Racismo!

ASSIM ERAM AS PAQUITAS

Quando eu falo que não gosto da Xuxa, as pessoas me olham com um olhar de espanto. Mas por que você não gosta dela? Então, eu não gosto dela porque ela é racista! Ai as pessoas logo vem com o argumento que a Xuxa namorou o Pelé. Ok! Os senhores de escravos iam para a cama com as escravas, e isso não os tornava menos escravocratas. Nem tão pouco menos racistas, de qualquer modo, toda vez que eu entro nesse assunto prefiro me calar e deixar a pessoa achar que me convenceu. Mas eu nunca vou mudar de opinião com relação. Nasci em 1990, desde o meu nascimento até quando completei quinze anos, a 'Rainha dos Baixinhos' apresentou o Xou da Xuxa, Xuxa Star, Paradão da Xuxa, Programa Xuxa, Xuxa Park, Xuxa Hits, Planeta Xuxa. Não há como negar que essa tal Maria das Graças influenciou uma geração. Arrastou multidões e fez muitos baixinhos chorarem com suas canções. Não conheço ninguém que tenha nascido no fim da década de 70, década de 80 e 90 que já não tenha sonhado em conhecer a Dona Xuxa. Quem não se lembra das Paquitas? Brancas, lindas, loiras, magras e com seus olhos claros! Lembra daquela Paquita gordinha, meio desengonçada? Ah, que memoria fraca a sua! Lembra das Paquitas negras, com seus cabelos blacks? Não lembra? Então, é esse literalmente o X da questão. Nunca houve uma Paquita negra. Nunca houve uma Paquita gordinha. Nunca houve uma Paquita fora dos padrões estéticos dos descendentes de Ariel. E como eu poderia não achar que a "Rainha dos Baixinhos" é racista? O Brasil é um pais onde mais da maioria da população é negra. Estabeleceu-se um padrão onde não ser loira era inaceitável. Me recordo de quando eu era bem novinha. No fim dos anos 90, teve uma seleção para escolher as novas Paquitas. Eu perguntei a minha mãe por que entre elas não havia nenhuma igual a mim. Ainda não entendia conceitos étnicos. Eu só sabia que nunca me enquadraria no padrão necessário. Aquele foi um dia realmente traumático. Foi a primeira vez que me deparei com o peso do preconceito. Ai eu te pergunto: qual a razão de nunca ter havido uma Paquita negra? Se nós, negros, eramos também o público dela. Por que não nos incluir? Será que uma Paquita negra a teria levado a derrocada? Ter negras naquele grupo teria sujado a imagem angelical daquelas meninas? Ou será que não havia nenhuma negra a altura dela? 

INFELIZMENTE O PÚBLICO QUE ENRIQUECEU A XUXA NÃO ERA SÓ DE BRANCOS CAUCASIANOS, LOIROS E COM OS OLHOS CLAROS 

Veja essa matéria que saiu na Folha de S. Paulo :
"Estudante carioca tenta ser a primeira paquita negra
'Vou me sentir bem entre as loiras', diz Michele Martins
MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL
A estudante Michele Martins tem a chance de, nos próximos dias, quebrar um velho tabu da televisão brasileira: ela pode ser escolhida como a primeira paquita negra do programa da apresentadora Xuxa.
Até hoje Xuxa só se cercou de auxiliares tão loiras quanto ela.
Mais de 2.500 garotas se inscreveram para disputar meia dúzia de vagas. A primeira seleção deixou 120. Na segunda, sobraram 20. Na próxima semana, serão anunciadas as vencedoras.
"Vou me sentir bem entre tantas loiras", diz Michele, 16.
Ela acha que nunca houve uma paquita negra por falta de iniciativa. "Não é preconceito da Xuxa. As meninas é que nunca se candidataram", diz ela.
A onda do politicamente correto atinge "A Próxima Vítima", a novela de Silvio de Abreu que estreou na TV Globo.
Entre os protagonistas, há uma família negra de classe média, integrada pelo contador Cleber (Antonio Pitanga), sua mulher Fátima (Zezé Motta), e os filhos Sidney (Norton Nascimento), Jefferson (Lui Mendes) e Patrícia (Camila Pitanga).
Não por coincidência, o sonho da estudante Patrícia é ser modelo.(MSy)
".
Eu era muito criança para me recordar do cenário social desta época, mas esta implícito que o fato de não haver Paquitas negras já estava gerando desconforto. No meio de 2.500 meninas, não havia uma negra boa o suficiente para fazer parte da equipe. Não se enganem: as meninas é que não se candidatavam, a culpa era toda delas. Tudo isso por sua "falta de iniciativa". E oque dizer do ponto de vista do Jornal Folha de S. Paulo, que chamou a inserção de negros na TV de "onda do politicamente correto"? 
Pra finalizar esse post, eu quero mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e um beijo especialmente pra você, Xuxa, que provou que o racismo é uma característica da sua personalidade!  



http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/3/18/cotidiano/29.html



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Manoel Carlos e a ausência de vida fora do Leblon!


As novelas de Manoel Carlos vem perdendo audiência e qualidade. Pesquisei a opinião de leitores de sites e blogs sobre o assunto, mas não li nada que realmente representasse meu ponto de vista. Na minha opinião, falta ao Maneco o filling. Não que ele não seja um grande autor. Sim, ele é! Mas falta um olhar distanciado de seu pequeno universo 'Lebloniano'. Um autor de novelas não pode se isolar no seu ciclo social. Falta ao Maneco ir à praças e conversar com pessoas diferentes. Falta caminhar pela central do Brasil (Centro da Cidade), falar com homens e mulheres. Trabalhadores que enfrentam o caos do dia a dia. Falta ir a hospitais e notar como os doentes se relacionam com suas doenças, seus familiares e com eles mesmo. Falta ao Manoel Carlos escrever sobre o Rio de Janeiro e o Brasil que existe fora das fronteiras do Leblon. Maneco, comece uma novela com uma Helena chorando sobre o cadáver de seu filho assassinado pela policia. Escreva um protagonista policial, que ganha 1500 reais por mês pra arriscar a vida diariamente. Se não quiser sair do seu tão amado Leblon, observe quantas 'Helenas' saem de suas casas no subúrbio e vão trabalhar na zona sul. Pergunte como é a rotina delas, quantas horas de trabalho diárias, quem cuida de seus filhos enquanto cuidam dos filhos dos outros. Essas mulheres protagonizam não só suas próprias vidas, mas a vida de seus filhos, dos filhos das patroas, protagonizam a historias trágicas, cômicas...  Mostre-nos que você sabe que o Brasil esta tomado pelas drogas, e que a cada dia mães perdem seus filhos para o crime, para a morte, para as drogas. Nos mostre uma Helena que tenha três, quatro, cinco filhos e que os sustente sozinho. Mostre-nos que você sabe o quanto os jovens pobres tem um ensino deficitário, e estão sempre abaixo dos jovens de classe media e classe media alta, na briga por uma vaga nas universidades públicas.  Não me venha com draminhas de brancos caucasianos ricos, e seus conflitos, filhos mal educados e sem limites. Mostre avós que criam seus netos com o dinheiro da aposentadoria. Jovens que vencem na vida com o fruto do seu próprio trabalho. Mostre-nos o percurso de uma Helena, mas do lixo ao luxo. Eu não quero e não preciso ver gente rica correndo no calçadão. Quero ver gente! Ah, antes que eu me esqueça, Maneco, não se trata daquele personagem que você escreveu para Thais Araujo, aquela personagem era fraca, submissa, inferior.Aquela mulher não me representou. Sou forte, sou decidida, pra arrancar uma lagrima minha, tem que vir com artilharia pesada. Vai lá, eu quero me ver na tv. Ponha Shirleis, Marias, Barbaras, Cristinas, Joanas, Claudias...incremente o tempero desta Helena com um pouco de todas nós. Faça com que cada mulher deste pais se veja um pouco refletida na sua obra. 
Saia de sua área de conforto, investigue as causas e os efeitos. Proponha soluções. Use da influencia que uma hora no horário nobre tem. Mostre que quem te assiste é importante para você, não só como números na audiência. Se puder, seja um agente de mudança positivo. 

Segue algumas dicas que acho que poderão te ajudar: 

1. Escreva personagens de classes sociais distintas, ricos, pobres, remediados, miseráveis. Eles vão diversificar o ambiente social de sua novela. Nem todo mundo mora no Leblon e passa ferias em suas fazendas em Petrópolis, Teresópolis...   

2. Ambiente sua novela em bairros não tão glamurosos como o Leblon. Tente algo como Gamboa, Saúde, Bangu, sei lá, mude! 

3. Não coloque a grande maioria do seu núcleo negro (3 personagens) como empregados, isso não agrada a classe C. Nós queremos ao menos sonhar que podemos ascender socialmente um dia. 

4. Não quebre os conceitos de família em suas novelas, é legal conservar alguns valores.

5. Nem todo mundo é rico de nascença. 

6. Não escreva empregados serviçais, subservientes e infantilizados, isso pode não agradar a classe trabalhado, e são eles que dão audiência.

7. Nem todas as mulheres pensam apenas com o coração, algumas usam a cabeça. Não seja machista! 

8. Quando o filho dos patrões acedia uma empregada, isso não é cômico. Assedio sexual é crime! A escravidão já acabou, os senhores não podem mais usar as 'escravas' sexualmente. 

9. Eu não daria para o Jose Maia, então não o ponha como galã. Inove! 

10. Nunca ajoelhe uma negra para uma mulher branca bater em seu rosto. Mas se você fizer isso, deixe a personagem negra a vontade para levantar-se e revidar. Ah, e não se esqueça de chamar o Samu 192, se fosse comigo, certamente a Sinhá ia precisar. A escravidão já passou! 

11. Não escreva uma protagonista negra e a rebaixe. Isso pode dar a falsa impressão que você é racista!

12. Tente não inovar no que diz respeito a relação familiar. Quem quer ver putaria assiste filme porto, lê contos eróticos, não assiste uma novela chamada "Em Família".  Respeito os laços sanguíneos e afetivos.  

13. Leia Lima Barreto. 

14. Ande de trem, ônibus e metro. 

15. Leia "Quarto de Despejo" de Carolina Maria de Jesus.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Happy Birthday For Me, Que a 24 Anos Comecei a Morrer!

Hoje teoricamente teria que ser um dia 'especial'. Nesta data, três de junho, todos os anos eu mudo de idade. Não é uma celebração da vida. Não é um dia feliz, nada disso. Para mim é uma passagem de tempo que não descreve em números meus êxitos. Talvez esse acontecimento seja como uma reafirmação de que as coisas que planejei para o ano não deram certo. Se deram, não me proporcionaram o sentimento que eu achei que proporcionariam. Estranhamente em meu aniversário sinto mais falta de quem já partiu. Sinto falta do amor que não recebo( como uma depressão de fim de ano).  Me lembro vagamente de uma festa que tive, acho que quando completei seis ou sete anos, talvez em 1996 ou 1997, é só isso! A única lembrança de uma festa de aniversario, depois dessa, nunca! O dia mais infeliz da minha vida( com exceção das ocasiões de morte de familiares e amigos), foi o dia em que completei quinze anos, mas vou deixar essa historia para um post exclusivo. E o pior é que eu nem tenho certeza de que essa lembrança é real, talvez seja fruto da minha imaginação. Me lembro de muitas festas para os meus irmãos. Acredite, eu tenho uma irmã com vinte sete anos, desses vinte e sete, pelo menos vinte e cinco foram comemorados com festa, bolo, parabéns e muita felicidade. Pra completar a serie: dia feliz, eu nasci no dia do aniversario do meu primo Rafael, e é claro, sempre fui obrigada a passar pela constrangedora situação de participar da sobra do parabéns alheio.  
Eu nunca tive um bolo de aniversario! Se eles me amam? Claro que sim! Só não tanto quanto amam seus outros filhos. Mas eu não os culpo. Entretanto, quando eu tiver os guris, vou trata-los diferente, tudo que eu fizer para um, farei para os outros. Agora, escrevendo essa publicação, lembrei que tenho uma ótima família. Tenho excelentes amigos, e ainda tenho muita vida pela frente. Vou deixar rolar, vou ouvir minhas musicas favoritas. Contemplar o horizonte, agradecer por todos os presentes que deus me deu e me dá diariamente! 

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão
A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão